Invento. Ou (re)invento. Crio. Ou (re)crio. Acho que transubstancio.

Sempre gostei de criar. Ou r(e)criar, como preferir. De inventar. Ou (re)inventar, se preferir. Partir de algo que já existe e transubstanciar. Talvez seja esta a palavra. Não transformo apenas. Transubstancio. Pego o que existe e, do meu modo, vou dando novo significado. Assim faço minhas colagens. Adoro! Sempre gostei e sem falsa modéstia, acho que sei fazer.
Me animo ao ver revistas novas e nelas buscar imagens, cores e formas. Vou recortando-as indiscriminadamente. E separo-as em caixas de tamanhos diferentes. Pequena, para os recortes menores, média para os recortes... médios. Rsrsrs e grande para os recortes maiores. Estes, geralmente me servem de base.
Pois bem. Paro em um dia qualquer e vou olhar as figuras recortadas. Encontro cada imagem! Estas imagens vão me sugerindo novos significados e aí é só ir construindo o pensamento a partir delas. Mas acredito que para ser um bom “produto”, essas colagens devem também ter um cuidado com o acabamento. Então... cuido! Tento deixar o mais bem acabado possível para que se possa confundir. Ou fundir. Uma imagem noutra imagem. É uma só ou foi colada? Se consigo isso, fico muito feliz.
E há tempos não fazia colagens. Acabava culpado o tempo. Ou a falta dele para não voltar a fazer. Mas aqui, na Holanda, tenho bastante tempo e resolvi criar. Claro, aqui não tem revista Cláudia ou Nova. É uma pena! No Brasil, são as melhores revistas de imagens e qualidade de papel para a colagem... mas vou me virando como posso. Assim, ocupo minha cabeça, meu tempo e invento. Ou (re)invento. Crio. Ou (re)crio. Acho que transubstancio.

Arte e fotos: HG, 2010.